sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Uma seleção de artigos para estudar blogs

O segundo bimestre para o 4 período de jornalismo digital da UTP inicia com os blogs e a sua influência no jornalismo. Para tanto, selecionei quatro textos para dar a partida inicial sobre o assunto. Três deles, são textos que desenvolvi com outros pesquisadores.

“Blogs e as Transformações no Jornalismo”(pdf), publicado em agosto de 2005 pela revista E-Compós, é o primeiro. Neste artigo, que elaborei com as minhas ex-alunas do mestrado Josiany Vieira e Ana Paula Rosa, o impacto desse sistema de comunicação sobre os meios mainstream é abordado.

“Deu no blog jornalístico: é notícia?” é resultado de pesquisa desenvolvida com Liriam Sponholz. Foi publicado no segundo semestre de 2006 pela revista Intexto, da UFRGS. Reproduzo aqui o resumo do artigo: “São muitos os diários digitais na web que abrigam blogs de jornalistas que fazem parte de seu quadro funcional. O objetivo deste artigo é tentar responder as seguintes questões: o que é notícia para esses blog? Por que recebem a denominação de blogs? Quais são as principais tendências deste sistema que provocou transformações no jornalismo? A partir de modelos de classificação já existentes e conceitos apresentados por diversos autores, pretende-se verificar a intenção de jornais digitais que mantém blogs.”

Indico também a leitura de "Blogs jornalísticos e a credibilidade: cinco casos brasileiros" (pdf), de Rogério Christofoletti e Ana Paula França Laux. A pesquisa de iniciação científica desenvolvida com apoio do UOL, reflete sobre a credibilidade dos blogs. O artigo foi publicado, no segundo semestre de 2006, na revista Communicare, da Casper Libero.
Christofoletti, orientador deste projeto de iniciação científica, é doutor em comunicação pela ECA/USP. No seu blog Monitorando, é possível encontrar uma relação de blogs de pesquisadores em comunicação. Vale a pena conferir.

No artigo "Agruras do Blog: o jornalismo cor-de-rosa no ciberespaço” , publicado na revista mexicana Razón e Palabra, eu e Adriana Amaral, minha colega no Mestrado em Comunicação e Linguagens, apresentamos algumas das dificuldades enfrentadas por blogueiros. O objetivo deste trabalho, como destaca o resumo, foi “analisar como se dá esse processo comunicacional nos blogs com base no jornalismo cor-de-rosa. De anônimo a “celebridade”, o blogueiro enfrenta situações similares às passadas por famosos que supostamente se vêem perseguidos pela imprensa.”

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Repercussão da carta dos pesquisadores de rádio

O secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações enviou um e-mail
aos pesquisadores de rádio que fizeram uma carta sobre a implantação do sistema de rádio no Brasil.


Senhoras e Senhores Pesquisadores,
Tomamos conhecimento da “Carta dos Pesquisadores de Rádio e Mídia Sonora no Brasil”, da qual são signatários sessenta pesquisadores.

Estou tomando a iniciativa de contactá-los pelo e-mail indicado na própria carta com o objetivo iniciar diálogo sobre o tema.

Uma das alternativas seria promover um primeiro encontro aqui mesmo no Ministério das Comunicações.

Neste sentido, aguardo contato de Vossa Senhorias para dar segmento ao assunto.

Cordialmente,
Roberto Pinto Martins
Secretário de Telecomunicações
Ministério das Comunicações
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O professor Luiz Ferraretto, em nome de todos os pesquisadores, respondeu:

É com muito interesse que recebemos sua mensagem. Pelo teor do documento, creio que é possível ter uma idéia de que somos um grupo de pesquisadores sem outros interesses além do de contribuir para a discussão. Como não formamos uma entidade e sim um conjunto descentralizado de professores universitários, estou repassando sua mensagem aos demais signatários do documento para que seja indicada uma pequena comissão para irmos ao seu encontro. Reitero que teremos o máximo interesse em auxiliar neste debate.
Aproveito para explicar como foi gestada a Carta dos Pesquisadores de Rádio e Mídia Sonora do Brasil. Há alguns anos, vários pesquisadores têm acompanhado os testes com o rádio digital. Isto ocorre no âmbito do Núcleo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), que me cabe coordenar no biênio 2007-2008. No nosso último encontro, realizado há três semanas em Santos, foi decidido que, sem vínculo com entidades ou instituições de ensino, iríamos a público colocar as preocupações de todos nós a respeito dos testes.
Observo, ainda, que o documento, em sua versão final, conta com 72 apoiadores. Um abraço e agradeço, em nome de meus colegas, a atenção,
Luiz Artur Ferraretto
Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Agora os pesquisadores estão decidindo quem vai participar da reunião com o secretário. Ainda há um longo caminho para ser percorrido, mas a primeira conquista deve ser comemorada. Afinal, os pesquisadores de rádio foram ouvidos.

sábado, 8 de setembro de 2007

Preocupações com o rádio digital

No dia 14 de setembro de 2007 o ministro Hélio Costa divulgará o sistema digital escolhido para a transmissão do rádio no Brasil. Abaixo vc confere a carta elaborada por professores e pesquisadores ao ministro.

"Nós,professores e pesquisadores universitários de Comunicação Social e áreas afins –pesquisaradio@yahoo.com.br –, todos tendo por objeto de estudo a radiodifusão sonora, tornamos pública nossa preocupação a respeito do processo de implantação do rádio digital em nosso país. Não nos
movem para tanto interesses de ordem partidária. Queremos que a oportunidade tecnológica posta à frente de todos sirva ao bem-comum e ao desenvolvimento do Brasil. Temos clara a importância do veículo para a população do país, do empresário que acompanha a evolução dos índices da economia ao trabalhador a quem o rádio oferece certo grau de solidariedade. Temos, também, consciência dos problemas deste meio em suas vertentes comercial, educativa e comunitária, que se deparam com a encruzilhada da convergência multimídia.

Realizando estudos a respeito há vários anos, acompanhamos tanto as políticas e as estratégias públicas para a introdução da tecnologia digital como os movimentos da classe empresarial e das organizações da sociedade civil a respeito. Alertamos, portanto, para o que foi constatado até agora:

1. Preocupa-nos que os testes com o padrão digital IBOC (in-band on-channel) estejam sendo realizados pelas emissoras autorizadas sem a utilização de uma metodologia ou padronização de critérios e procedimentos compatíveis com as condições brasileiras. A ausência de uma padronização impede a obtenção de resultados consistentes dos experimentos que permitam saber com segurança se, por exemplo, o padrão em teste provoca ou não interferência mútua entre os sinais digital e analógico.

2. Entendemos que o padrão de rádio digital a ser adotado deve ser capaz de garantir eficiência de transmissão em qualquer situação de recepção. Embora os testes realizados não tenham padronização, é possível identificar alguns problemas de adequação do padrão IBOC às características de cada localidade, como edificações e topografia e problemas de poluição radioelétrica. Pesquisadores que acompanharam testes em emissoras observaram problemas de interrupções abruptas do sinal digital em locais onde havia fios de alta tensão (rede elétrica), prédios e túneis, forçando o aparelho receptor a transmitir em analógico, com um delay que pode chegar a oito segundos.

3. Preocupa-nos o fato de que processo de digitalização poderá trazer dificuldades de adaptação para a maior parte das emissoras, sobretudo as pequenas e médias emissoras instaladas no interior, as educativas e as comunitárias, por falta de recursos para investimento. É provável que 50% das emissoras em funcionamento precisem trocar transmissores a válvulas por modulares para se adaptarem à tecnologia digital. Investimento igualmente significativo será necessário para digitalizar o processo de produção radiofônica, com a troca de equipamentos de estúdio, especialmente se for considerado o baixo nível de informatização interna das emissoras no interior do país. É desejável que o padrão a ser adotado permita maior grau possível de aproveitamento de infra-estrutura existente e que apresente custos compatíveis com os diferentes tipos de emissoras. A adoção de uma tecnologia não pode ser um fator de aprofundamento de diferenças de padrões técnicos e de produção já existente entre emissoras grandes e as demais – pequenas e médias – que integram o sistema de radiodifusão brasileiro.

4. Inquieta-nos saber que o padrão em teste é uma tecnologia proprietária, cujos custos de royalties poderão inviabilizar a sua adoção por parte de emissoras comunitárias e educativas. Além disso, essa condição coloca os radiodifusores sujeitos aos ditames da empresa, a iBiquity Digital Corporation, que administra os direitos de uso da tecnologia. Podem, assim, perder o controle sob o gerenciamento do processo de instalação e definição de equipamentos.

5. Entendemos que a tecnologia de transmissão a ser escolhida terá de ser flexível, a ponto de favorecer a integração do rádio com as demais mídias e com sistemas de redes informatizadas. É importante que o sistema de transmissão tenha ferramentas multimídia que possibilitem a oferta de conteúdo na tela de cristal líquido do receptor digital ou em outras plataformas de mídia convergente. No entanto, essa vantagem tecnológica, que poderá representar receita adicional, não foi testada pelas emissoras autorizadas pela Agência Nacional de Telecomunicações.

6. Consideramos que a adoção de qualquer padrão digital deve ser precedida por uma ampla análise técnica sobre as condições de funcionamento da tecnologia em outros países. Chama atenção o pedido de ampliação do uso de espectro de 200 kHz para 250 kHz que apresentado em julho de 2007 pela iBiquity, proprietária norte-americana do padrão IBOC, junto a Federal Communications Commission (FCC). A ampliação é uma demanda técnica, sem a qual o padrão não apresentará um desempenho satisfatório. Se for concedida pela FCC, a ampliação de freqüência poderá significar a redução de cerca de 30% no total de canais em freqüência modulada hoje disponíveis naquele país. Partilhamos da opinião da Benton Foundation, organização internacional dedicada à articulação de políticas para o uso da comunicação na solução de problemas sociais e em prol do desenvolvimento, que vê no aumento da largura do canal ocupado por uma estação uma possibilidade de redução de disponibilidade de espectro para eventuais novos atores.

7. Causa estranheza a inexistência de canais de retorno no sistema digital em teste. Sem esse recurso, perde-se a interatividade, justamente um dos aspectos destacados como positivos no processo de introdução da televisão digital no país. Isto, portanto, pode significar ampliação das disparidades existentes entre os dois veículos e perda, no caso específico do rádio, da possibilidade de ampliar a participação dos ouvintes nas estratégias de programação das emissoras.

De modo geral, alertamos para a perda de uma oportunidade, se embasada em estudos mais acurados, de transformação positiva do rádio, ampliando não só suas possibilidades comerciais, educativas e comunitárias, mas também produzindo condições para um efetivo exercício da cidadania e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil, de forma democrática, ampla e solidária. Lembramos, ainda, que a oportunidade atual deve servir ao crescimento do setor como um todo, crescimento este que vai além do mero faturamento comercial, mas significa novos postos de trabalho e maior interação social.

Ficamos à disposição para esclarecimentos através do e-mail pesquisa.radio@yahoo.com.br."

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Alex Primo: um retorno da palestra


Tenho recebido vários e-mails de alunos que participaram da palestra do Alex Primo, realizada no último dia 24 de agosto no Campus Barigui da UTP. O auditório do Bloco C lotou, muita gente sentou no chão e ficou até o final.

Agora querem saber quem vai participar do próximo projeto Integração MCL e graduação.A vontade é trazer Marcos Palacios,da UFBA.Temos, no entanto, que buscar patrocinadores. Se alguém quiser participar da organização desses eventos do projeto Integração pode escrever para mim. O apoio de empresários que investem em educação também será bem-vindo.

Em tempo, os certificados da palestra de Alex Primo devem ficar prontos até o final de setembro. Serão entregues na coordenação de cursos da FCSA – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas.

Redação multimídia II

Volto a destacar as redações multimídias. O vídeo do The Daily Telegraph também ajuda a compreender a integração dos jornais impressos e digitais. A versão está em inglês. O tamanho da redação impressiona, além de mostrar na prática que o jornalista atualmente precisa ser multimídia. Confira o vídeo